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Novo máximo de 812 mil milhões de euros da dívida portuguesa

O endividamento da economia portuguesa atingiu um novo recorde em setembro, totalizando 812 mil milhões de euros, com um aumento de 0,15% em comparação com agosto. Desta cifra, 446 mil milhões de euros correspondem ao setor privado, enquanto 366,4 mil milhões de euros são atribuídos ao setor público. Ao longo do ano, a dívida global cresceu 13,5 mil milhões de euros, alcançando cerca de 306% do PIB estimado pelo Governo para o mesmo período.

O setor privado registou um aumento de mais de mil milhões de euros (0,23%), impulsionado principalmente pelo acréscimo de 0,33% (ou 978 milhões de euros) na dívida das empresas. Este aumento, particularmente no setor financeiro (0,7 mil milhões de euros), foi resultado da aquisição de títulos de dívida de curto prazo emitidos por sociedades não financeiras e efeitos de valorização.

Quanto às famílias, a dívida teve um crescimento mais modesto, apenas 0,03%, marcando o fim de oito meses consecutivos de redução do endividamento dos particulares.

No setor público, observou-se um acréscimo de 205 milhões de euros no endividamento, destacando-se o aumento junto das administrações públicas (0,7 mil milhões de euros) e do setor financeiro (0,4 mil milhões de euros), parcialmente compensado pela redução junto do exterior (1,0 mil milhões de euros). Este ano, apenas em março, o nível de endividamento do setor público não aumentou.

 

As mudanças do Orçamento de Estado 2024 nas PMEs

A proposta de Orçamento do Estado para 2024 tem um foco direcionado para famílias e pensionistas, com poucas medidas específicas voltadas para as empresas.
Algumas medidas no entanto podem impactar as Pequenas e Médias Empresas (PME), são elas:

1. Reforço do incentivo fiscal à capitalização das empresas: A remuneração sobre investimento com capitais próprios terá uma taxa de benefício maior, baseada na Euribor a 12 meses acrescida de um diferencial de 1,5% a 2%. Esta majoração do benefício será de 50% em 2024, 30% em 2025 e 20% em 2026.

2. Bónus aos trabalhadores isento de IRS e TSU: Empresas que aumentem salários em média 5% ou mais poderão conceder bónus isentos de IRS e TSU, independentemente do salário base do trabalhador.

3. Salários de trabalhadores qualificados elegíveis para benefícios fiscais ao investimento: Os custos salariais de trabalhadores qualificados (com mestrado ou superior) serão incluídos no cálculo dos benefícios fiscais para projetos de investimento em Portugal.

4. Redução das tributações autónomas na compra de viaturas: As taxas de tributação autónoma na aquisição de viaturas serão reduzidas para veículos com custo de aquisição inferior a 35.000 euros.

5. Incentivo ao abate de carros: Criação de um incentivo ao abate de carros mais antigos, com o objetivo de promover a descarbonização do parque automóvel.

6. Apoio extraordinário a encargos com eletricidade e gás: Gastos e perdas com eletricidade e gás podem ser majorados em 20%, considerando o período entre janeiro de 2023 e 2024.

7. Alargamento do regime das stock options a fundadores: O regime fiscal das stock options será alargado a membros de órgãos sociais e a entidades que tenham criado o plano no ano de sua constituição ou no primeiro ano de atividade.

8. Redução da taxa de IRC para startups: Startups (com menos de 10 anos de atividade, menos de 250 trabalhadores e volume de negócios inferior a 50 milhões de euros) terão uma redução da taxa de IRC de 17% para 12,5% aplicável aos primeiros 50 mil euros de matéria coletável.

Além disso, a proposta prevê um aumento significativo do salário mínimo nacional, atingindo 820 euros em 2024, com o objetivo de chegar a 900 euros em 2026, representando o maior aumento anual do salário mínimo nacional.

O contexto económico é desafiador, com taxas de juro elevadas, o arrefecimento da economia europeia e preocupações sobre a inflação. A economia portuguesa está prevista para crescer 1,5% em 2024, acima da média da zona euro, que se espera cresça apenas 1,0%. Estas são as últimas previsões do Banco Central Europeu (BCE).

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