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Plástico muito leve, pesado

foto: unsplash.com

O Governo vai propor a criação de uma taxa de 4 cêntimos a ser paga sobre os sacos de plástico muito leves. Essa proposta faz parte do Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024) apresentado pelo Ministério das Finanças. De acordo com a proposta, a contribuição de 4 cêntimos será paga pelo consumidor final e incidirá sobre sacos de plástico leves e muito leves produzidos, importados ou adquiridos em Portugal continental, bem como sobre aqueles que sejam enviados para o país. Estes sacos são comumente utilizados na venda a granel de produtos como pão, frutas e vegetais frescos.

A proposta orçamental também menciona que estão isentos dessa nova contribuição os sacos usados em “contexto social ou humanitário, nomeadamente na distribuição social de alimentos ou no combate ao desperdício alimentar.”

No que diz respeito à distribuição das receitas geradas por essa taxa, 50% serão recolhidos pelo Estado, 20% pelo Fundo Ambiental e 20% pelo Fundo de Modernização do Comércio. O último destina-se a implementar medidas de sustentabilidade empresarial, incluindo o desenvolvimento de novos modelos de negócio.

Essa medida visa incentivar a redução do uso de sacos de plástico e promover a sustentabilidade ambiental, ao mesmo tempo que gera receita para financiar iniciativas relacionadas com a proteção do ambiente e o apoio ao comércio sustentável.

O resultado não irá será o aumento de bens de primeira necessidade?

Bancos portugueses com record de lucros na Zona Euro

Desde julho do ano passado, quando o Banco Central Europeu (BCE) deu início ao que é considerado o maior e mais veloz ciclo de aumento das taxas de juro na Zona Euro, os bancos têm observado uma notável ascensão nos seus resultados financeiros. Este efeito tornou-se prontamente evidente em 2022, quando os lucros das instituições bancárias nacionais saltaram para um crescimento impressionante de 49%, totalizando 3 mil milhões de euros. A margem financeira, por sua vez, experimentou um crescimento histórico de 22,5%, alcançando uma soma superior a 7,5 mil milhões de euros. Este número representa o valor mais elevado desde 2012, conforme indicam os dados fornecidos pelo Banco de Portugal.

Durante o ano de 2022, os bancos portugueses testemunharam um aumento notável na margem financeira. No entanto, o lucro obtido pela banca a partir da diferença entre as taxas de juro ficou 13% abaixo do recorde máximo estabelecido em 2008. Nesse período, a Euribor a 12 meses, que é um dos principais indexantes utilizados para calcular as taxas de juro nos créditos, situou-se nos 4,8%. Esse valor estava substancialmente acima da taxa média de 1,1% registada em 2022.

Esta dinâmica é uma evidência do impacto das flutuações das taxas de juro nos resultados financeiros dos bancos. O aumento das taxas de juro normalmente beneficia as margens de lucro das instituições bancárias, uma vez que a diferença entre as taxas de juro que eles pagam pelos depósitos e aquelas que cobram pelos empréstimos tende a aumentar. Esse diferencial é conhecido como margem financeira.

É importante notar que, embora o crescimento da margem financeira tenha sido impressionante em 2022, ele não alcançou os níveis registados durante o período anterior à crise financeira de 2008. Isso se deve, em parte, às taxas de juro mais baixas e à competição no setor bancário, que podem afetar a capacidade dos bancos de aumentar significativamente as suas margens de lucro.

O ambiente de taxas de juro é complexo e pode ter efeitos diversos em diferentes setores da economia, incluindo o setor bancário. As instituições financeiras têm de monitorizar atentamente essas mudanças nas taxas de juro e adaptar as suas estratégias para garantir uma gestão financeira sólida e sustentável. Além disso, as decisões das autoridades económicas e do BCE em relação às taxas de juro têm um impacto direto nas dinâmicas económicas e no desempenho dos bancos, o que torna essencial uma análise cuidadosa e uma abordagem equilibrada para a gestão das taxas de juro.