Famílias portuguesas respiram de alívio com a pausa no aumento das prestações, ainda que os valores permaneçam historicamente elevados.
Depois de sucessivos meses de agravamento, as prestações do crédito à habitação em Portugal estabilizaram em agosto, acompanhando a decisão do BCE de manter as taxas de juro. Esta pausa trouxe algum alívio às famílias, que enfrentaram aumentos expressivos nos últimos dois anos.
Segundo dados do Banco de Portugal, a média das novas prestações manteve-se praticamente inalterada face a julho, refletindo a estabilização das taxas Euribor. No entanto, apesar da ausência de novos aumentos, os encargos continuam elevados e representam uma fatia significativa do rendimento disponível das famílias.
Especialistas alertam que a situação ainda exige cautela. Embora exista perspetiva de descida de juros em 2025, a sustentabilidade do crédito dependerá da evolução da economia e da capacidade de manter os níveis de emprego. Muitos agregados continuam em esforço financeiro, o que exige medidas de apoio e acompanhamento próximo por parte das autoridades.
Para as famílias, a estabilização é um sinal positivo e permite algum planeamento a médio prazo. No entanto, o futuro do crédito à habitação em Portugal continuará dependente do equilíbrio entre política monetária europeia, estabilidade do setor bancário e resiliência da economia nacional.