Estão a ser vendidas cada vez mais casas em planta

A “moda” de vender casas em planta parece ter caído em desuso nos últimos anos, mas está a ganhar de novo força. Para Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), trata-se de um fenómeno que está ainda muito circunscrito aos centros das cidades de Lisboa e Porto e de algumas zonas do Algarve. Locais onde a oferta de imóveis é menor que a procura.
“Durante a crise deixou de se vender, o prédio fazia-se, estava à venda e ninguém comprava. Agora há quem veja um projeto a nascer e queira assegurar a compra, tanto para a construção nova como reabilitação”, disse o responsável, citado pelo Expresso. 
Segundo Reis Campos, a procura vai manter-se e irá haver uma aposta maior na construção nova nos próximos tempos – dados da CPCI confirmam que registou um crescimento de 24,7% nos primeiros nove meses deste ano em relação ao período homólogo, ao somar 10.437 fogos.
Um dos exemplos mencionados pela publicação é o Troiaresort, do grupo Sonae, que tem cerca de 400 apartamentos já construídos (dos quais falta vender pouco mais de 10%) e 96 lotes para construção de moradias, dos quais 62 já foram vendidos desde o arranque do projeto, em 2006. Destes lotes, com preços a variar entre os 400.000  euros e os 769.000 e cuja construção fica a cargo do comprador, 27, ou seja, cerca de 43%, foram vendidos nos últimos três anos.
Para Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e das Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), há que ter algum cuidado na compra de casas em planta, uma tendência que se volta a verificar, sobretudo “nas zonas onde não há muitos ativos disponíveis”. “Até 2001 vendia-se quase tudo desta forma, mas isso pode ser perigoso. Basta ver o que aconteceu nessa altura, quando muita gente perdeu e já não recuperou o que tinha sinalizado em projetos que nunca avançaram”, referiu, salientando que “é preciso ver se há risco de insucesso de operação e do promotor não acabar a obra ou se pode vir a verificar-se alguma perturbação do mercado”.
Também Patrícia Barão, diretora da área residencial da JLL, considera que “está de regresso esta modalidade de compra”, sendo que a mesma deverá continuar. “A confiança e credibilidade voltou ao mercado nacional e o cliente, internacional e nacional, compra desta forma com todas as garantias de que o seu investimento não vai ser colocado em causa”, explicou, citada pelo semanário.
Fonte: idealista.pt