Decisão do Banco Central Europeu reflete prudência perante a evolução da inflação, mas sinaliza abertura para reduzir o custo do crédito no próximo ano.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalteradas as taxas de juro de referência, preferindo adotar uma postura de cautela perante a evolução da economia da zona euro. Apesar desta decisão, a instituição deixou em aberto a possibilidade de cortes em 2025, caso a inflação continue a convergir de forma sustentada para a meta dos 2%.
De acordo com a presidente do BCE, Christine Lagarde, a prioridade continua a ser assegurar a estabilidade dos preços. Contudo, reconheceu-se que as condições económicas estão a pressionar o consumo e o investimento, particularmente em países como Portugal, onde as famílias e empresas ainda sentem o peso dos custos de financiamento elevados.
A manutenção das taxas implica que, para já, o crédito à habitação e ao consumo continuará a apresentar custos elevados. No entanto, a perspetiva de cortes futuros abre espaço para maior otimismo junto de investidores e agentes económicos, que esperam um alívio gradual da pressão financeira.
Caso se confirmem reduções em 2025, Portugal poderá beneficiar de uma maior dinamização da economia interna, com efeitos positivos sobre o investimento empresarial e o mercado imobiliário. Ainda assim, especialistas sublinham que o ajustamento terá de ser equilibrado para não comprometer os ganhos recentes no combate à inflação.


